Manufatura em nova tendência - Indústria 4.0
A Indústria 4.0 , ou quarta Revolução Industrial, une os mundos físicos e virtuais e é tema de palestra nesta sexta-feira em Maringá
Nesta sexta-feira o Coordenador da Fiep no Conselho de Política - Comitê Industria 4.0, Filipe Cassapo, fará palestra para empresários do setor de TI durante encontro organizado pela Software by Maringá. Será às 15 horas no Boteco do Neco. A Indústria 4.0 é a nova tendência que vem sendo popularizada no mundo. Embora no Brasil ainda dê os primeiros passos, não há mais como voltar atrás
Também conhecida como a 4.ª Revolução Industrial , envolve um conjunto de mudanças nos processos de manufatura, design, produto, operações e sistemas relacionados à produção, aumentando o valor na cadeia organizacional e em todo o ciclo de vida do produto.
O termo 4.0 é derivado da quarta versão de mudanças na manufatura mundial, motivadas pela união dos mundos físicos e virtuais. Em lugar da produção rígida, que determina a fabricação por meio de sequência e padronização, a própria peça ou produto poderá direcionar comandos sobre seu próprio mecanismo , a partir de dados coletados do sistema. A produção se torna propositiva, respondendo imediatamente aos problemas.
Mas a interconexão não é só interna. “Outro aspecto importante da Indústria 4.0 é a produção multiatores, na qual todas as partes interessadas do negócio, como empresas parceiras e clientes, estão integradas ”, afirma Filipe Cassapo.
A Indústria 4.0 não pode ser confundida com robotização, um fenômeno ligado à terceira Revolução Industrial, de meados do século passado. O movimento pretende aumentar a viabilidade sem a necessidade de importação de equipamentos caros, acrescidos de altas taxas tributárias. “Se implementar tal sistema significa mobilizar uma cadeia de valor nacional, conectada internacionalmente, de centos de pesquisa, universidades e empresas nascentes de base tecnológica (as startups), o cenário passa a ser radicalmente diferente, particularmente sob a ótica da geração de riquezas, renda e empregos”, explica Cassapo.
Para os industriais, a maior razão para uso dessas tecnologias é o aumento da produtividade . Com elas, é possível produzir maior quantidade de bens, com uso de menores recursos, de forma mais sustentável, a custos inferiores e qualidade superior.
Além disso, nessa cadeia, os fabricantes não são os únicos a serem beneficiados. Fornecedores de tecnologia também ganham ao vender suas soluções, perfeiçoadas constantemente graças às pesquisas na área.
E, finalmente, as vantagens atingem os consumidores , que têm ao seu alcance um produto com custo reduzido, qualidade superior e individualizado.
Um dos entraves poderia ser considerado pela idade média dos equipamentos, que no Brasil é de 17 anos, enquanto nos Estados Unidos atinge sete anos e na Alemanha, cinco.
Alemanha e Estados Unidos saem na frente na corrida da modernização por apostarem mais na pesquisa aplicada e no desenvolvimento de tecnologias produtivas próprias, além de terem observado cedo o potencial da quarta Revolução.
Cassapo destaca que esses países investem 2,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento , enquanto no Brasil o índice de investimento é de 1,2%.
O setor automotivo historicamente esteve mais atento a movimentos que se traduzem em crescimento de competitividade, como automação, robotização, qualidade total e lean manufacturing . Esse é o motivo pelo qual o segmento lidera o processo da Indústria 4.0. No entanto, todos os setores industriais serão gradualmente atingidos pela quarta Revolução Industrial.
Nesse cenário de mudanças, é importante que as indústrias entendam o que está por trás dos conceitos dessa nova revolução. “As empresas devem ter a noção clara das tendências de futuro relacionadas ao seu modelo de negócios. Assim poderão formular um plano de longo prazo para potencializar o processo produtivo, usando as soluções da Indústria 4.0”, conclui Cassapo.